Amazona brasileira garante participação do Adestramento brasileiro nas Olimpíadas de Londres

A amazona paulista é a primeira atleta do hipismo a carimbar o passaporte para Londres. Aos 20 anos, Luiza Almeida participa pela segunda vez dos Jogos. Em sua estréia em Pequim em 2008, aos 16 anos, entrou para a história dos esportes hípicos como a mais jovem atleta em Olimpíadas

Com média final de 71,325% no Grand Prix Freestyle, última prova válida para pontuação rumo aos Jogos de Londres e realizada na tarde deste domingo, 26 de fevereiro, no Clube Hípico de Santo Amaro, em São Paulo (SP), Luiza Almeida montando Samba conseguiu assegurar para o Brasil a única vaga destinada aos países das América Central e do Sul na disputa individual por medalha nas próximas Olimpíadas. Foi uma conquista e tanto. A amazona vinha disputando a vaga, nota a nota, com Ivonne losos de Muniz, da República Dominicana, que buscava seus índices em provas nos Estados Unidos. O desempenho das duas nas pistas, quase que simultaneamente no final de semana, deu o tom do clima de expectativa. Luiza chegou à pista com uma pequena margem de vantagem sobre Ivonne Losos de Muniz montando Liebling II. Com índices registrados com duas montarias – quatro com Pastor e dois com Samba, cavalos Puro Sangue Lusitano -, a atleta apresentou regularidade nas notas ao longo das seis seletivas, enquanto Ivonne oscilava as notas do Grand Prix e do Grand Prix Freestyle. E foi exatamente esta inconstância da dominicana que atrapalharam seus resultados. Em sua última seletiva, dias 24 e 25/02, em Burbank, na Califórnia (EUA), Ivonne registrou 63,447% no Grand Prix na sexta-feira, 24. Na mesma prova, Luiza registrou no sábado, 68,021% com Samba e 65,809% com Pastor. No Grand Prix Freestyle, Ivonne registrou no sábado a média final de 70,500%, deixando para Luiza a responsabilidade de superá-la no desafio deste domingo, 26. E não deu outra. Depois de uma bela apresentação com coreografia e música a amazona paulista cravou 71,325%, garantindo pela quarta vez a participação do Adestramento brasileiro em Olimpíadas.

Esta será a segunda vez que a amazona participa dos Jogos. Sua estréia foi nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, quando aos 16 anos entrou para a história dos esportes como a mais jovem atleta do hipismo em Olimpíadas, título que era do também brasileiro Rodrigo Pessoa, da modalidade Salto, que em 1998 competiu em Barcelona aos 19 anos.

A Ivonne Losos de Muniz, 44 anos, restou o consolo dos próximos desafios internacionais, entre eles os Jogos Equestres Mundiais de 2014 na Normandia, França. Dona de duas medalhas individuais de bronze – no Pan de Santo Domingo, em seu país, em 2003, e no Pan do Rio 2007 – a amazona dominicana também se mostrou uma atleta guerreira e adversária difícil. Competindo em seletivas nos Estados Unidos, Ivonne tentava pela terceira vez carimbar seu passaporte olímpico. Se tivesse conseguido a vaga, seria a primeira vez que o Adestramento da República Dominicana participaria dos Jogos.

As seis seletivas olímpicas em busca da vaga latino-americana foram realizadas a partir de novembro do ano passado, após o Pan de Guadalajara, quando o Brasil não foi ao pódio e perdeu o direito de participar dos Jogos de Londres por equipe. Participaram também das provas seletivas do Concurso de Dressage Internacional (CDI3*), os conjuntos Pedro Manuel Tavares de Almeida montando Toleirão da Broa (65,191% no Grand Prix e 70,076% no Freestyle), Rogério Silva Clementino com Sargento do Top (65,426% e 65,500%) e Luiza Almeida com Pastor (65,809% e 68,000%). Rodolpho Riskalla montando Portugal participou da série FEI Olympic Grand Prix Special onde registrou as médias finais de 65,489% e 65,200%.

O CDI3* válido como seletiva de Adestramento contou com participação dos juízes Marietta Almasy, da França, César Lopardo Grana, da Argentina, Claudia Mesquita, Sabine Bilton e o Cel. Salim Nigri, ambos pelo Brasil.

O evento contou com organização conjunta da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), Federação Paulista de Hipismo (FPH) e chancela da Federação Equestre Internacional (FEI).

Luiza Almeida e Samba (por Ney Messi/Divulgação)

Os Índices de Luiza Almeida

Montando PASTOR – O conjunto foi formado em 2011, ano em que conquistou a medalha de ouro individual e por equipe nos Jogos Mundiais Militares realizados no Rio de Janeiro, além da participação nos Jogos Pan-americanos de Guadalajara.

1º ÍNDICE

09/12 – Grand Prix – 64,553%

11/12 – Grand Prix Freestyle – 68,600%

 

2º ÍNDICE

16/12 – Grand Prix – 66,000%

18/12 – Freestyle – 69,200%

 

3º ÍNDICE

04/02 – Grand Prix – 65,363%

05/02 – Freestyle – 67,700%

 

4º ÍNDICE

11/02 – Grand Prix – 67,191%

12/02 – Freestyle – 70,125%

 

5º ÍNDICE

25/02 – Grand Prix – 65,809%

26/02 – Freestyle – 68,000%

 

Montando SAMBA – Primeiro cavalo que a amazona montou no Adestramento, a partir de 2006. É parceiro de várias conquistas no Brasil, da conquista do bronze por equipe no Pan do Rio/2007, montaria nas Olimpíadas de Pequim/2008, Jogos Equestres Mundiais/2010 e no Pan de Guadalajara 2011.

1º ÍNDICE

04/02 – Grand Prix – 65,702%

05/02 – Freestyle – 63,475%

 

2º ÍNDICE

11/02 – Grand Prix – 66,128%

12/02 – Freestyle – 70,125%

 

3º ÍNDICE

25/02 – Grand Prix – 68,021%

26/02 – Freestyle – 71,325%

 

O Adestramento do Brasil em Olimpíadas

O Cel. Sylvio Marcondes de Rezende foi o primeiro cavaleiro brasileiro a participar de provas de Adestramento em Olimpíadas. Foi nos Jogos de 1972, em Munique, na Alemanha, onde o militar ficou em 33º lugar.

Nos Jogos de Sidney, em 2000, o único representante brasileiro foi Jorge Ferreira da Rocha que terminou sua participação no individual em 47º lugar.

Nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, pela primeira vez o Brasil participou dos Jogos com uma equipe formada por Luiza Tavares de Almeida montando Samba, Rogério Silva Clementino com Nilo VO e Leandro Aparecido Silva com Oceano do Top. Clementino acabou não entrando em pista em razão de uma lesão em sua montaria, Leandro ficou em 43º lugar e Luiza em 40º.

Fonte: Rute Araújo – Ilha Verde Team/Rocas do Vouga Team