Cavalo não é confessionário ou divã de analista

 

As redes sociais nos dá a possibilidade de conhecer pessoas com os mesmos interesses que nós, que talvez nunca teríamos chance de esbarrar por ai. Foi através do Facebook que conheci o trabalho do Sergio Moraes, um verdadeiro homem dos cavalos que trabalha com técnicas de horsemanship e assim como eu ama os equinos.

Hoje pela manhã me deparei com um texto do cavaleiro Sergio que me fez parar para pensar nossa relação com os cavalos.

Leia abaixo e diga se não te fez refletir sobre o tema.

“Vejo tanta gente postando foto com o cavalo e dizendo “só você me entende”, ” só você conhece os meus segredos”, “só você alivia as minhas angustias”, e por ai vai. Essas pessoas esquecem de uma coisa: um cavalo é um animal muito especial sim, mas ainda assim é um cavalo, ele não conhece seus segredos, não sabe dos seus problemas. O equino vê no ser humano um líder, alguém em quem confiar e que pode conduzi-lo por locais seguros. Cavalos precisam de segurança e liderança. O que essas pessoas deveriam se preocupar é se elas entendem as necessidades do seu equino, se entendem como ele se comporta e porque se comporta dessa forma, se sabem o que fazer para seu animal ser feliz e saudável, isso não é paparica-lo e fazer dele um gatinho mimado. Liderança firme, calma, assertiva e disciplina é que o transformam em um animal calmo, confiante e feliz. A questão é sobre o cavalo, não sobre os problemas afetivos ou emocionais do cavaleiro. Um pai ou um professor não pode transferir seus problemas para o filho ou aluno e achar que eles são a solução da sua vida, isso é inverter a ordem das coisas, porque o discípulo precisa mesmo é de segurança e liderança positiva e incentivadora, sempre com disciplina.
Com certeza o cavalo nos faz um bem enorme. Quanto a isso não tenho nenhuma duvida.  Pode até se dizer que só ao lado do seu animal você se sente bem e totalmente feliz. Para mim dizer que só ele conhece os seus dilemas e te compreende, não está certo. Amo os meus animais, não saberia viver sem eles,  funcionam pra mim como uma terapia diária, pois com eles eu esqueço as minhas angustias, meus problemas, minhas frustrações, porque ao lado deles, não estou pensando em nada disso, apenas neles. Sou eu que tento entende-los, e fazendo isso, esqueço de mim, do meu ego e me entrego. Percebe a diferença? Mesmo dessa maneira, continuo tratando meus cavalos com muito amor, mas como cavalos, e não como confessionário ou divã de analista.”
Texto por Sérgio Moraes

Conheça mais do trabalho do Sergio Moraes no site www.sergiomoraeshorsemanship.com.br

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