Carta Aberta do IJRC-International Jumping Riders Club enviada para a FEI

Continuando a polêmica em torno da Lista Progressiva de medicamentos o IJRC-International Jumping Riders Club presidido por Rodrigo Pessoa enviou uma carta á presidente da FEI, Princesa Haya, externado a preocupação de seus associados.

Leiam abaixo a integra da carta enviada:

“Senhora Presidente,

Nós, do International Jumping Riders Club, somos os atletas que formam o esporte que a  Federação Internacional é o órgão responsável. Nós representamos os atletas de disciplina bem conhecida nesta família, somos um grupo que tem filiados em todo o mundo e que existe desde o ano de 1977.

Observamos de longe, mas percebemos que há uma grande diferença de opinião dentro do mundo eqüestre, particularmente entre FEI e algumas Federações Nacionais e entre as Federações Nacionais, sobre a questão do uso de anti-inflamatórios não esteróides no esporte hípico, como medicação permitida.

Assim sendo, gostaríamos de lhe pedir para enviar esta carta aberta a todas as Federações Nacionais membros para que elas possam conhecer, de uma vez por todas, a posição dos atletas do esporte que elas governam.

Gostaríamos de pedir à senhora que faça isso, antes de responderem à sua carta solicitando o adiamento da Lista Progressiva para Assembléia Geral de 2010. Caso a senhora faça isso, esperamos que muitos deles irão considerar a nossa posição em suas deliberações.

Gostaríamos de expressar claramente a nossa opinião:

1. Em primeiro lugar, os cavaleiros querem garantir o bem-estar de seus cavalos. Sem essa condição não poderíamos sequer falar de equitação de qualquer tipo e a qualquer nível.

2. O cavaleiro deve estar disposto a pensar somente sobre a saúde de seu cavalo, sem medo de violar regras anti-doping em um ou outro país e portanto, sentir e ser tratado como criminoso.

3. Somos fortemente e firmemente contra qualquer tipo de doping, como é entendido no código da WADA (Word Anti-Doping Agency).

4. Achamos que deva ser  necessário uma regulamentação mais apropriada para os tempos atuais.

5. Achamos que é hora de considerar a permissão de certas moléculas não-esteróide que são permitidos pela WADA.

6. Nós acreditamos que seja responsabilidade da FEI e das Federações Nacionais, em parceria com especialistas e atletas ajustar a lei e o regulamento para a mudança, em conformidade com a WADA e as leis nacionais afim de determinar as doses que garantam os cuidados e a saúde dos cavalos, excluindo qualquer forma de doping.

7. Nós não estamos dispostos a esperar anos antes de ter uma regra clara que seja compartilhada e igual para todos.

A situação atual é muito desconfortável para os cavaleiros por causa do caos gerado pelos regulamentos veterinários existentes, que diferem não só entre União Européia e Estados Unidos, mas também na Europa, por exemplo, entre Holanda, Suíça e Alemanha, é inaceitável (ou seja, existem produtos autorizados na Holanda e não na Alemanha, ou permitido na Alemanha e não na Suíça). Isso coloca os cavaleiros em condições intoleráveis de trabalho e elevado risco de violações das leis anti-doping que diferem de país para país.

Nós sentimos que não deva ser permitida reverter uma decisão da  Assembléia Geral depois de ter sido aprovada ou adiá-la para prazo além do razoável. Concordamos com o fato de que o Buraeu da FEI solicitou postergação na implementação até abril e vamos fazer de tudo para ajudá-la a conseguir o necessário exame dos níveis permitidos das substância que estão incluídas na lista. Nós, do IJRC estamos dispostos a aceitar a Lista da FEI, alterar a lista para incluir níveis mais baixos no caso de algumas substâncias especificadas, a fim de proteger os cavalos que competem em países com uma profundidade menor de conhecimento e cuidados veterinários, e para que os delegados se sintam à vontade em fazer um julgamento conservador. De acordo com os Estatutos que a  FEI aprovou em relação ao Esporte Limpo, reconhecemos que uma alteração anual na lista é possível e portanto, concordamos com esta orientação política e entendemos que possa ser ajustada anualmente.

Senhora Presidente, solicitamos respeitosamente que seja mantida a lista progressiva e que proteja os cavaleiros do dano que nos está sendo causado publicamente na mídia internacional a partir de uma situação que não contribuimos para criar.

Nós esperamos que seja possível realizar uma reunião em janeiro, que inclua representantes da FEI, das Federações Nacionais, atletas e especialistas, com a tarefa de encontrar uma posição comum para estas questões em Abril e especialmente determinar o momento e a forma de entrada em vigor da nova legislação.
Adiar a decisão por mais um ano, não seria útil para o nosso esporte e ainda deixaria os cavaleiros, os proprietário e os organizadores em uma situação de incerteza, e passando uma imagem negativa do nosso esporte para os atletas, fãs e mídia.

Em nome da IJRC

Respeitosamente

Rodrigo Pessoa, IJRC Presidente
Ludger Beerbaum, Vice Presidente
Dra. Eleonora Ottaviani Moroni, secretária-geral
François Mathy Jr, Assessor”

Fonte: Hipismo BH