Começou hoje (02/03) no Clube Hípico de Santo Amaro, em São Paulo, as competições observatórias para a formação da equipe que representará o Brasil nas provas de saltos dos Jogos de Londres e o evento terá um importante desfalque: o atual campeão brasileiro, César Almeida. O cavaleiro abriu mão de participar dos eventos por discordar dos critérios de seleção, que, segundo ele, permitem que o atual técnico da equipe, Rodrigo Pessoa, escolha o grupo por afinidade.
Para Cesinha, a atual forma de definição da equipe olímpica não lhe permite qualquer chance de disputar os Jogos. “O Rodrigo só escolhe os amigos dele”, desabafou, lembrando do último Pan, no qual esperava ser titular, mas acabou na reserva com a justificativa de que sua égua tinha apresentado problemas de saúde na temporada europeia.
A Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) determinou que os aspirantes brasileiros aos Jogos de Londres teriam de manifestar sua intenção até o dia 15 de janeiro. Os que competem no País devem se apresentar em três eventos nos quais serão selecionados até três conjuntos.
A primeira prova começa hoje e vai até domingo, em São Paulo; a segunda, de 8 a 11 de março em Curitiba; e a terceira de 5 a 8 de abril no Rio. Depois, os selecionados no Brasil participarão de eventos na Europa junto com outros atletas do País, selecionados em outros países (EUA e Europa terão observatórias), quando serão definidos os conjuntos olímpicos (4 titulares e um reserva).
Cesinha diz que o problema não está nas observatórias ou nas provas na Europa, mas o fato de que a palavra final é de Rodrigo. O cavaleiro defende a ideia de que os resultados nos eventos definam os titulares e o reserva do hipismo de saltos. “Tentei várias vezes falar a respeito na CBH com o presidente Luiz Roberto Giugni e não fui atendido”, reclamou. “E também não concordo com o fato de Rodrigo ser técnico e atleta.” Segundo Cesinha, outros cavaleiros tem a mesma posição.
Nos Estados Unidos para observatórias, Giungni se disse surpreso com as declarações de Cesinha. Nega ter se recusado a receber o cavaleiro. “Cesinha tem meu telefone e pode me ligar.” O dirigente admite que não recebe proprietários de cavalos.
O presidente também negou que as decisões sobre a equipe de saltos estejam centralizadas em Rodrigo Pessoa. “Há uma comissão que escolherá quem irá a Londres e caberá ao Rodrigo definir os titulares e o reserva.”
Fonte: Estadão