Durante os Jogos Pan Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, a convite do Comitê Organizador do Rio (CO-Rio), a Embrapa Solos (Rio de Janeiro / RJ) deu início ao trabalho de compostagem de cama de equinos. O objetivo era dar uma destinação ambientalmente adequada para os 3000 quilos diários de dejetos produzidos pelos mais de 130 cavalos que participaram das provas de hipismo durante a competição. Na ocasião, teve início também uma parceria com a Escola de Equitação do Exército do Rio de Janeiro, que passou a utilizar o fertilizante orgânico gerado após o processo de compostagem em seus parques e jardins.
Como explica o pesquisador da Embrapa Solos, Ricardo Trippia, a compostagem, processo de preparo de fertilizante natural rico em húmus e nutrientes, é uma técnica que permite reciclar resíduos orgânicos com maior eficiência, minimizando ao máximo os impactos negativos ao meio ambiente. Dependendo do tipo de criação, idade, peso, raça, cada cavalo pode produzir entre 10 e 25 quilos de dejeto por dia. Geralmente, esse material é amontoado em esterqueiras, sem ter uma destinação definida ou qualquer aproveitamento.
Com a compostagem de cama de equinos esses dejetos, misturados ao material usado para forrar o estábulo (palha ou maravalha, por exemplo) são amontoados em pilhas que devem ser periodicamente revolvidas e terem sua umidade e temperatura constantemente controladas. Esse manejo segue alguns princípios técnicos que permitem a transformação da matéria orgânica em um ambiente propício para a ação de microrganismos que existem tanto nos resíduos quanto no solo. É a partir da ação desses microorganismos que, ao final do processo de compostagem, obtém-se o fertilizante orgânico. Além de haras e escolas de equitação, a técnica pode ser adotada em propriedades rurais de qualquer tamanho, independente do número de cavalos existentes. “O produtor pode adaptar e testar diferentes situações aproveitando sua realidade e a disponibilidade de outros tipos de resíduos orgânicos. Na compostagem, quanto mais materiais diferentes são misturados, melhor fica o composto final”, explica Ricardo Trippia.
Fonte: Portal Agronegócio