Em vilas alemãs, cavalo é a atração da Páscoa

Em pequenas vilas no leste da Alemanha, a celebração da Páscoa não está ligada aos coelhos, mas aos cavalos. A cavalgada do domingo de Páscoa é uma das tradições mantidas há séculos pelos sorábios, um povo eslavo de tradição católica.

Vestindo ternos e cartolas como os do século XIX e carregando estandartes, grupos de homens montam cavalos e saem enfileirados em direção a povoados vizinhos – eles vão anunciar a ressurreição de Cristo aos conterrâneos, numa procissão que pode reunir até 100 cavaleiros. É costume que os visitados agradeçam a homenagem com uma cavalgada no sentido oposto, e assim a festa dura até o fim da tarde. Os eqüinos também vão paramentados: flores, lenços, rédeas e arreios especiais (alguns com enfeites de prata e ouro) adornam os animais. A tradição provavelmente data da Idade Média, época em que os sorábios passaram a aderir ao catolicismo.

O trajeto é cumprido a trotes calmos e repleto de cuidados. Durante os percursos, nenhum cavalo pode cruzar o caminho de outro, pois os sorábios acreditam que isso traz infelicidade.

A procissão, que pode ser vista por turistas em vilarejos como Alte Ziegelscheune, Crostwitz e Raecklewitz, só é permitida aos homens, mas as mulheres não ficam de fora dos rituais de Páscoa – elas é que são responsáveis pela pintura de ovos, outra tradição local. Todos os anos, cinco semanas antes da Páscoa, as mulheres exibem os ovos de galinha decorados num festival na cidade de Bautzen.

Estima-se que haja apenas 60 mil sorábios em todo o mundo. O povo teve origem no século VI, quando tribos fundaram a Lusácia, território que no futuro se tornou parte da Alemanha. Essas comunidades não falam alemão, mas uma língua própria, que se assemelha aos idiomas tcheco e polonês.

 

Fonte: UOL
Foto: Getty Images