Foi em grande estilo que Jean Paul Gaultier, um dos mais provocadores estilistas de sua época, se despediu da centenária maison francesa Hermès nesta quarta (6/10), último dia de desfiles em Paris.
Para marcar o fim dos seis anos de parceria paradoxal e muito bem-sucedida o designer francês relembrou as origens da Hermès, quando foi criada, em 1837, para fazer arreios de carruagem e selas de cavalos.
Assim, as luzes se apagaram no enorme galpão onde aconteceram as mais recentes apresentações da grife. Quando acenderam-se novamente, lá estavam oito belíssimos cavalos Andaluz na boca de cena, crinas escovadas, pêlos brilhando, montados por seus cavaleiros. As primeiras modelos entraram na passarela e a imponência dos animais ainda prendia a atenção dos convidados, que seguiam os movimentos dos bichos no espaço cercado, onde trotavam, abaixavam-se, enfileiravam-se e até…Dançavam. Sim, mexiam as patas em sincronia perfeita com a música. Para iluminar esta performance, lustres de cristal pendurados na parte onde os cavalos ficavam compunham uma imagem ao mesmo tempo surreal (cavalos no salão de baile) e glamourosa.
A imagem dos cavalos bailando embaixo dos lustres conversava com a coleção Verão 2011 da Hermès. A tradição da mulher classuda e rica aparecia nos tecidos e couro luxuosos, na postura confiante, nos saltos altos e na sensualidade corajosa. As origens de peças funcionais do universo dos cavalos foram vistas nas calças e botas de montaria, no poder de transitar pelo universo masculino sem perder a feminilidade, ao usar coletes e paletós de alfaiataria. Já a transgressão fica por conta dos detalhes fetichistas como os corselets de couro caramelos usados por cima de camisas, dos decotes profundos nos paletós e camisas, do corpo quase exposto tal era o poder do vestido longo em jérsei listrado branco e marinho de aderir aos contornos da top Karolina Kurkova.
Fonte: UOL