Viagem interior pode ser mais agradável ao lado de cavalos

Uma matéria no site da revista Trip fala de pessoas que passam um bom tempo sozinhas e como se sentem nessa viagem interior. Um dos entrevistados é o jornalista brasileiro que saiu do Canadá a cavalo para cruzar a América rumo ao interior de São Paulo, Filipe Masetti. (veja aqui o post falando sobre essa aventura).

O que me chamou atenção é que na matéria Filipe conta que passou dias só conversando com seus cavalos, ele sentiu falta de conversar com humanos. Mas eu acho que estar ao lado de seus animais deve ter ajudado a suportar a viagem, pois afinal ele não estava totalmente sozinho.

Veja abaixo o depoimento de Filipe Masetti para a revista Trip.

“Há sempre algo desconfortável a respeito de pensar que se está só.
Durante os últimos 16 meses, desde que eu saí da cidade de Calgary, no Canadá, passei muito tempo viajando sozinho, com meus pensamentos e o som do vento soprando. Eu e meus cavalos ficamos muitos dias sem ver nenhum ser humano. Foi muita solidão.
Mas estar sozinho na estrada é algo terapêutico para mim, é minha maneira de estar em contato comigo mesmo. A experiência permite algo que normalmente nunca temos tempo de fazer: uma longa conversa consigo mesmo. Sei que essa ideia parece meio louca, mas é extremamente recompensante. Depois de alguns dias conversando somente com os meus cavalos, eu comecei um diálogo interno. Você é feliz, Filipe? O que está acontecendo com sua vida agora? Como você gostaria que fosse seu futuro? Foram algumas das questões que fiz enquanto atravessava as montanhas rochosas. As respostas às vezes são difíceis e só vêm com o tempo, mas, quando tempo é tudo o que você tem, elas acabam emergindo.
Passar por longos períodos de solidão me fez desejar a conexão com outras pessoas, me fez descobrir que a vida não significa nada sem alguém para dividi-la. Quando eu estava atravessando uma montanha no sul do Wyoming só, eu cheguei numa cidadezinha desesperado para falar com alguém. Como por milagre apareceu na minha frente a casa de um senhor idoso que morava sozinho. Nos dois dias seguintes, fui tratado como seu neto e ouvi todas as suas histórias como se ele fosse o meu avô. Nós dois precisávamos um do outro. Eu nunca vou esquecer desse encontro.”

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Confira aqui a matéria completa na TRIP.

Fonte: Trip