Hoje a amazona entrevistada é a Leticia que pratica Enduro.
Nome:
Leticia Amaral Santos
Nome do cavalo:
Aurora e Veneza
Onde monta:
Monto no Clube de Campo de São Paulo e no Centro de Treinamento Marechal
Modalidade/altura/categoria:
Hoje em dia faço salto e Enduro. Já salto 1,20m e cavalgo até 40 km em duas horas no Enduro (categoria young).
Quando você começou no hipismo? Você se lembra da primeira vez que esteve em uma hípica?
Eu praticamente cresci na sela de cavalos de salto, nem me lembro a primeira vez que estive em uma hípica, provavelmente eu tinha só alguns meses de vida. Comecei a praticar e ter aulas de equitação aos três anos e meio de idade.
Qual foi sua prova inesquecível?
Minha prova inesquecível foi a primeira prova de Enduro que fiz. Foram quarenta quilômetros na sela da égua. Mas não foi simplesmente por isso não. Eu vinha passando por meses muito difíceis e nessa prova em determinado momento eu me senti livre. Me senti feliz de uma maneira que nunca antes havia sentido. Galopando ao lado daquele lago, foi o melhor momento da minha vida.
Você tem algum ritual antes das provas?
Eu não tenho um ritual exato. Costumo eu mesma selar o cavalo no dia e lhe dar um torrão de açúcar ou um pedaço de cenoura.
Qual seu concurso preferido no Brasil?
Para ser sincera, eu não assisto muitos porque eu não gosto de ambientes competitivos, até por isso estou saindo do salto aos poucos. Mas se é para escolher um, seria o Athina Onassis Horse Show.
Existe alguma prova da qual você gostaria muito de participar?
Eu acredito que não, mas tenho como objetivo terminar uma prova de Enduro de 80 quilômetros e pregar pódio.
Qual seu ídolo no hipismo?
Meu ídolo é o Monty Roberts. Para mim, a ligação com o cavalo e o bem estar do animal são as coisas mais importantes em qualquer modalidade equestre, por isso idolatro Roberts, sua técnica de doma, se bem utilizada, pode ser incrivelmente útil, fora que é extremamente pacífica.
O que você mais gosta no ambiente hípico?
O mais óbvio vem primeiro, os cavalos. Eu não vivo sem eles. Acredito que não somos só nos que “escolhemos” um cavalo, o animal também tem que nos escolher. Acredito na ligação entre cavalo e cavaleiro e que se essa ligação for forte o suficiente, a dupla será imbatível, um verdadeiro centauro. O que eu mudaria no ambiente hípico seria a competitividade e a crença de que só cavalos de raça e com pedigree são bons.
O que o hipismo mudou na sua vida?
Eu acho que o hipismo não mudou minha vida. O hipismo é minha vida. Cresci com cavalos e vou morrer ao lado deles. Agora, se me tirassem o hipismo minha vida mudaria totalmente. Nem consigo imaginar como mudaria, porque só a ideia de perder isso já me faz passar mal.
Qual foi o cavalo que mais te deu alegria e por que?
O cavalo que mais me deu alegria sem dúvidas foi e continua sendo a Aurora, minha árabe-polonesa. Ela trouxe felicidade de volta para a minha vida, confio nela mais que em mim mesma as vezes. Além de tudo, observar a nossa ligação ficar mais forte a cada dia me enche tanto de alegria que as vezes acho que vou explodir.
O que o seu cavalo representa para você?
Minhas duas éguas representam liberdade e expressão para mim. Volta e meia a Veneza se rebela contra treinadores agressivos e não tem quem a segure. Enquanto isso, a Aurora não pode ver um gramado espaçoso que dispara a galopar, ela vive no pasto e se ela não quiser sair de lá, não existe ser vivo nessa Terra que a tire. Eu queria poder expressar minhas vontades e “opiniões” como elas, mas não tenho coragem.
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Fotos: Arquivo Pessoal Leticia Amaral Santos