Terça é dia de entrevista no Hipismo&Co.
Conheçam um pouco da história da Raphaela.
Nome:
Raphaela Azevedo
Nome do Cavalo:
Aragon
Onde monta:
Centro Hípico Marechal Dutra em Ponta Porã – MS
Modalidade/altura/ categoria:
Salto, 1,00m, Jovens Cavaleiros B
Quando você começou no hipismo? Você se lembra da primeira vez em uma hípica?
Desde pequena sempre fui apaixonada por cavalos, com dois anos de idade já ficava sozinha em cima do cavalo, mas sempre com meus pais me acompanhando. Meu primo tinha um cavalo e sempre me levava para andar. Como meus pais viam meu interesse e amor pelos cavalos procuraram algum esporte que me permitisse ter contato com esses animais, foi quando fui apresentada para o hipismo, com apenas cinco anos. Eu ainda não tinha idade e tive que esperar ate os seis anos, no dia que completei seis anos a primeira coisa que pedi depois que acordei foi que minha mãe me levasse para andar a cavalo, afinal eu já tinha idade pra entrar na escolinha do quartel. Não me recordo muito bem do meu primeiro dia na hípica, mas minha mãe sempre me diz que desci do carro e já fui logo me aproximando dos cavalos sem medo algum.
Qual foi sua prova inesquecível?
Todas as minhas provas foram emocionantes, desde a primeira até a mais recente. Mas uma que me marcou muito foi a minha primeira prova com meu cavalo, estava morrendo de medo da pista e antes de eu montar meu instrutor entrou na pista com o meu cavalo, ele levou um tombo no segundo obstáculo o que me deixou extremamente nervosa, mas acabou que deu tudo certo, entramos na pista e fizemos um zero lindo com direito ao quinto lugar.
Você tem algum ritual antes da prova?
Sempre que chego às provas procuro os cavalos que vou montar e lhes dou um abraço, confiro o material, na hora do reconhecimento procuro encostar na areia e fazer um sinal da cruz, antes de entrar na prova rezo e canto o refrão de “Conquistando o impossível” pro meu cavalo, quando entro na pista faço novamente um sinal da cruz e mostro os obstáculos mais difíceis para meu companheiro de prova.
Qual seu concurso preferido no Brasil?
Athina Onassis e The Best Jump.
Existe alguma prova da qual gostaria muito de participar?
Athina Onassis, The Best Jump, Pan Americano e as Olimpíadas, acho que seria minha maior conquista.
Qual seu ídolo no esporte?
Doda Miranda, Rodrigo Pessoa e Athina Onassis
O que você mais gosta no ambiente hípico? E o que você mudaria?
A hípica e minha segunda casa, amo passar o dia la, sentir a paz que o lugar me transmite, me sinto livre olhando os cavalos correndo no piquete, sentar para conversar sobre cavalos com quem entende do assunto e passar horas falando sobre. Já vi muitas vezes mães exigindo que seus filhos sejam os melhores ou que peguem um lugar no pódio e acho que o esporte não deve ser levado como uma concorrência e sim como um lazer.
O que o hipismo mudou na sua vida?
Aprendi coisas que a vida ensina, mas de um jeito um tanto quanto diferente, que se algum obstáculo te atrapalhar ou uma barreira te impedir de vencer, salte! Se as coisas não estão correndo como o esperado, espere, porque se você sair na frente pode acabar caindo ou ter algum problema logo em seguida, são coisas simples que você aprende em um simples dia de aula. Acordar cedo em um final de semana depois de uma festa pra ir montar já virou rotina. Voltar para casa cheirando cavalo, pros outros pode ser um incomodo, mas por costume você acha o seu cheiro normal, suportar a dor de cabeça, dor no corpo ou febre porque hoje é dia de hípica. O principal que aprendi foi amar o animal de quatro patas mais incrível que já conheci.
Você tem alguma música ou filme que te inspira nos seus treinos? Qual?
Gosto muito do filme Flicka, além de ensinar muito mostra a triste realidade de alguns fatos que ocorrem no hipismo. “Valeu Amigo” é uma musica que me lembra muito meu cavalo. “Conquistando o impossível” me acalma antes de entrar em uma prova e amo ouvir “The Final Countdown” depois que acabo meus percursos.
Qual foi o cavalo que mais te deu alegria e porque?
Vários cavalos me trouxeram alegria, como a Nicete, a Lara. O Ferrolho que foi o cavalo que fiz meu primeiro percurso de 1m. Joselia a égua que além de sair de longe sempre me salva e é a que começou a me dar vitorias em quase todas as provas apesar de ser muito assustada. E por fim Aragon, meu cavalo, ganhei ele de presente de 15 anos, achei que jamais seria meu, chorei muitas vezes quando soube que uma menina queria comprar, mas no dia do meu aniversario fui cedo montar e esperei o tempo inteiro alguém vir me dizer que ele era meu, mas isso não aconteceu. Quando cheguei em casa fui direto pro meu quarto e vi um cavalo de brinquedo em cima da minha cama e fui perguntar pros meus pais se aquilo era algum tipo de brincadeira. Minha mãe me mandou olhar a gravata que o cavalo estava usando, quando li comecei a chorar, nela estava escrito “Meu nome é Aragon” e foi assim que ganhei o bem mais precioso que tenho.
O que seu cavalo representa pra você?
Meu cavalo é minha metade, me completa, meu gordo mimado, ao contrario de mim ele come horrores, é gordinho, totalmente fresco, mas em uma coisa somos iguais, nós nos amamos, somos um só. Ele é meu melhor amigo, que me entende em um olhar, é a minha joia mais rara, meu maior tesouro. Somos perfeitos um pro outro. Não posso me esquecer da minha princesinha a Joselia, é incrível o nosso laço, somos interligadas, sem duvidas ela é a égua que me da forças dentro e fora de pista, é a pequena mais cheia de energia e força que já montei, é minha eterna paixão.
Veja as outras entrevistas da seção “Você e seu cavalo no Hipismo&Co” aqui.
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Fotos: Arquivo Pessoal Raphaela Azevedo